Chicago Riverwalk / Departamento de Transporte de Chicago
- Mateus Marcarini Zon
- 27 de out. de 2017
- 3 min de leitura
Local: Chigago, IL, Estados Unidos
Projeto: 2015

O braço principal do rio Chicago tem uma história longa que em muitos aspectos espelha o desenvolvimento da própria cidade de Chicago. Antes um córrego pantanoso sinuoso, o rio foi canalizado para apoiar a transformação industrial da cidade. Após a famosa reversão do rio, em que a cidade reverteu o fluxo do braço principal e do Sul para melhorar o saneamento, o arquiteto e urbanista Daniel Burnham introduziu uma nova visão cívica dos passeios à beira do rio, com a adição do viaduto Wacker Drive. Durante a última década, o papel do rio tem evoluído com o projeto Chicago Riverwalk, um passeio à beira do rio Chicago e iniciativa para recuperá-lo para o benefício ecológico, recreativo e econômico da cidade.
Nesse caso é perceptível a visão sobre indutor urbano que se aproveita de um espaço inutilizado e reverte para um potencial dentro da cidade, com diversos tipos de benefícios.
O fato do rio que era considerado inutilizável devido ao alto grau de poluição e agora estar sendo utilizado como ancora no que diz respeito a conexões urbanas e lazer. Ademais por ter sido esse rio revitalizado e de grande aceitação por parte da sociedade, trouxe a necessidade de novas interligações entre os pontos de acesso assim como o aumento da vida recreativa pública. Há estudos que viabilizam novos projetos para esse espaço, como a Praça do Memorial de Veteranos e a Praça do Museu Bridgehouse, ambos que visam utilizar do local como um indutor urbano, levando vitalidade, saúde e qualidade para a cidade.
O projeto que engloba o rio passou por várias fases, em 2012, tornou-se viável uma conexão de pedestres ao longo do perímetro afim de gerar conforto e qualidade para o pedestre. Devido as cheias anuais de 2,13 metros verticais, a equipe apropriou-se da forma do passeio como forma de escada/rampa que agem conectando os pontos ao longo do caminho.


As novas conexões que diversificam a vida ao longo do rio possibilitaram mudanças também ao redor dele. Nesse caso, as quadras foram adequando-se a forma do rio, trazendo tipologias diferenciadas que tem ligação direta com os usuários do local. Tomando como partido o uso da água, foi pensado em: restaurantes com mesas ao ar livre, embarcações, atividades de recreação, escada que permite as ligações mais próximas ao trecho e até uma fonte que permite que crianças e famílias se envolvam com agua na beira do rio.
Em face desses argumentos podemos perceber que Chicago Riverwalk tornou-se um grande indutor urbano para a cidade, isso foi possibilitado por cada ponto referente do projeto ter sido pensado com extremo cuidado. Os acessos são interligados e de fácil localização bem como a circulação pelas bordas do rio que é praticamente livre de obstáculos. Além da sua vida durante o dia, a noite é utilizado por conter boa iluminação e tipologias de uso diferenciadas, restaurante, por exemplo. O fato de as quadras ao redor terem sido pensadas como forma de abastecer as necessidades do perímetro do espaço possibilita uma maior motivação de uso pois dá possibilidade de realizar atividades dos mais variados tipos. A região além de tudo tem o incentivo de que o visitante conheça sobre a história do local e todo processo de mudança, desse modo a valorização do espaço tem uma maior aceitação. O uso de vegetação e dos materiais uniformes permitem que o maior destaque seja o percurso e pontos específicos durante o caminho. Em pequenos quadrantes o desenho urbano vai variando de forma como se fosse sendo renovado a cada momento, com isso o visitante e/ou pessoa que tem habito de frequentar, tem a sensação de estar em vários locais de uma vez só, “cada espaço permite diversas experiências no rio”.
Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/794654/chicago-riverwalk-departamento-de-transporte-de-chicago
Fotografias: Kate Joyce Studios
Arquitetos: Departamento de Transporte de Chicago, Ross Barney Architects, Sasaki Associates, Jacobs Ryan Associates, Alfred Benesch & Company
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